A União Europeia e os governos nacionais devem adaptar a política de segurança rodoviária às necessidades de uma população em envelhecimento, melhorando a segurança dos peões e ciclistas mais velhos com infraestruturas seguras e bem protegidas, assegurando ao mesmo tempo que os condutores de automóveis mais velhos não sejam discriminados apenas pela sua idade. Estas são as principais conclusões do novo relatório divulgado pelo Conselho Europeu para a Segurança dos Transportes (ETSC), que incide nas vulnerabilidades dos utentes da estrada mais velhos e apela a uma abordagem abrangente para garantir a sua segurança, promovendo simultaneamente viagens ativas e a sua independência.
O relatório destaca o risco aumentado de trauma enfrentado por pessoas com 65 anos ou mais em colisões rodoviárias, em comparação com grupos etários mais jovens. As colisões que podem resultar em consequências mais leves para os jovens podem ter resultados graves e por vezes fatais para os idosos devido ao aumento do risco de mortalidade associado aos impactos físicos.
Apesar destes desafios, o relatório sublinha que as viagens ativas oferecem numerosos benefícios para a saúde que muitas vezes superam os riscos potenciais de lesões rodoviárias e de exposição à poluição atmosférica. A investigação indica que estas vantagens para a saúde são particularmente pronunciadas nos grupos etários mais velhos, ajudando-os a manter a boa forma física, a reduzir o risco de doenças crónicas e a melhorar o bem-estar geral. O desafio para a comunidade de segurança rodoviária é melhorar a segurança destes modos ativos, especialmente para os idosos.
“À medida que a população da Europa continua a envelhecer, este relatório enfatiza a necessidade de uma abordagem abrangente à segurança rodoviária para os idosos, que equilibre as medidas de segurança com os benefícios das viagens ativas, da independência e da mobilidade.”
O relatório destaca ainda a questão frequentemente negligenciada das quedas de peões no sistema rodoviário, enfatizando a importância de manter registos de tais incidentes para promover a mobilidade ativa e aumentar a segurança rodoviária dos peões.
No que diz respeito aos condutores mais velhos, o relatório sugere que os exames médicos baseados na idade podem não prevenir consistentemente colisões graves e podem levar a mudanças para modos de viagem mais vulneráveis quando os condutores mais velhos deixam de conduzir. Estudos anteriores concluíram que condições médicas específicas, abuso de substâncias, perturbações mentais, epilepsia e diabetes são fatores mais importantes do que a idade e afetam condutores de todas as idades.
Esta conclusão é oportuna porque a Comissão Europeia propôs recentemente que todos os condutores deveriam ser sujeitos a exames médicos regulares após os 70 anos de idade, num projeto de revisão das regras da UE sobre cartas de condução. O ETSC afirma que tal regra geral é discriminatória. Em vez disso, os médicos de família devem utilizar um protocolo de rastreio aplicado a todas as faixas etárias para sinalizar condições médicas que possam afetar a aptidão para conduzir.
O relatório sublinha a importância de infraestruturas rodoviárias seguras e bem conservadas, de medidas de acalmia do tráfego e de passagens de peões controladas por semáforos para aumentar a segurança dos utentes mais idosos das estradas.
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