Seja no seu próprio carro, de bicicleta ou a pé: em qualquer lugar do mundo os idosos estão a tornar-se cada vez mais móveis e a participar ativamente no tráfego rodoviário nas mais diversas formas. Associado a isso, existe um risco de acidente significativamente maior do que pessoas mais jovens.

“São necessárias medidas urgentes para minimizar este risco e, ao mesmo tempo, manter a mobilidade das pessoas idosas – no sentido da participação social”.

Jann Fehlauer, Diretor Geral da DEKRA Automobil GmbH

Tal é justificado pela proporção do grupo etário com mais de 65 anos no total da população que continuará a aumentar ao longo das próximas décadas.

Este 14º Relatório da DEKRA, enumera alguns pontos de partida para a melhoria, recorrendo a vários exemplos, especificamente nas áreas do comportamento humano, da tecnologia e das infraestruturas.

Cerca de 30% de todas as mortes na estrada na UE nos últimos anos ocorreram na faixa etária dos 65 anos ou mais, e entre os peões e ciclistas os idosos foram responsáveis por cerca de metade de todas as mortes no trânsito rodoviário. 

Tal é particularmente evidente ao comparar-se o número de idosos mortos nas estradas com o número de jovens: de acordo com o Grupo Internacional de Análise e Dados de Segurança de Tráfego, diminuiu, entre 2010 e 2018, o número de mortos em acidentes rodoviários (países da OCDE exceto Argentina, Canadá, Colômbia e Eslovénia) nos jovens entre 18 e 24 anos tendo reduzido em 25%, enquanto que o número de mortos de 25-64 anos caiu 6,9%.

Atendendo ao mesmo período, o número de vítimas mortais com mais de 65 anos de idade em acidentes aumentou em cerca de 7%, e naqueles com mais de 75 anos aumentou em 4,7%. A situação poderá agravar-se ainda mais no futuro em regiões especificas do globo, se as previsões da ONU se tornarem realidade.

Ao verificar-se uma maior vulnerabilidade com o aumento da idade, ou seja, o maior risco de sofrer lesões mais graves ou mortais em condições de acidente idênticas, é provável que o número de vítimas de acidentes rodoviários no grupo etário dos 65 anos ou mais continue a aumentar.

Este relatório não pretende apenas apontar o ponto de partida com objetivo de potenciar o aumento da segurança rodoviária dos cidadãos idosos de forma eficiente. O desafio é também resolver um conflito de objetivos, nomeadamente o conflito entre a preservação da mobilidade independente dos idosos até à velhice, por um lado, minimizando também o potencial de risco que representam, por outro.

De modo a contrariar estes diversos problemas e agir de forma preventiva, recorrer a diferentes abordagens parece ser a forma mais eficaz. “As medidas de acompanhamento, aconselhamento e avaliação são igualmente um tema bem como soluções de conceção em termos de tecnologia e infraestruturas de veículos e conceitos de mobilidade integradora”, salienta Fehlauer.