Distração

Distração nos Condutores

Conduzir é uma tarefa que exige da parte do condutor:

  1. Recolha de informações;
  2. Análise das informações recolhidas e previsão do que irá acontecer;
  3. Decisão do que fazer face à análise efetuada;
  4. Execução das decisões tomadas.

Sempre que desvia os olhos da estrada, a sua atenção e concentração são afetadas e o risco aumenta exponencialmente.

Pegar no telemóvel, marcar um número e sobretudo desenvolver uma conversa exige um conjunto de ações e de partilha de atenção que afeta de forma muito grave a tarefa da condução. Mesmo com sistema de mãos livres, condução e telemóvel são incompatíveis.

As distrações durante a condução levam a um aumento do risco de acidente.
Os condutores que falam ao telemóvel enquanto conduzem têm um risco 4 vezes superior de se envolverem num acidente. (WHO, 2015).

A utilização de sistemas mãos-livres não tem vantagens significativas em relação a falar com o telemóvel na mão, uma vez que a distração cognitiva que provoca (o tipo de distração que mais influencia negativamente a condução) é semelhante à provocada por falar com o telemóvel na mão.

Qualquer distração coloca condutores, passageiros e todos os utentes da estrada em risco.

O risco de acidente de escrever/ler mensagens ou emails, consultar informação na internet, interagir nas redes sociais, consultar agendas ou outra informação durante a condução é 23 vezes superior comparativamente a uma condução sem manuseamento do telemóvel, já que o condutor passa longos períodos sem olhar para a estrada.

Mantenha-se atento na sua condução, colocando os seus sentidos em alertas pois as distrações podem ser fatais!

Um estudo publicado em 2015 no ”Journal of Experimental Psychology”, revela que apenas o aviso das notificações do telemóvel afeta significativamente a atenção na condução. Mesmo sem tocar no telemóvel, a magnitude dos efeitos de distração observados foi comparável àqueles observados quando os usuários manuseavam ativamente um telemóvel.

Distração nos Peões

As distrações alteram a forma como os peões andam, reagem e se comportam.
Enquanto peão, a distração cognitiva causada pela utilização do telemóvel reduz a consciência do que se passa à sua volta, aumenta a probabilidade de comportamentos de risco e consequentemente coloca-o em maior risco de estar envolvido em acidentes.

  • Andam mais devagar e têm comportamentos mais imprevisíveis;
  • Têm maior dificuldade em identificar obstáculos;
  • Escolhem locais menos seguros para atravessar;
  • Têm menor probabilidade de olhar para o trânsito antes de atravessar a estrada;
  • Têm menor probabilidade de esperar que o trânsito pare;
  • Têm menor probabilidade de olhar para o trânsito enquanto atravessam a estrada;
  • Têm maior probabilidade de se atravessarem à frente de um veículo que se aproxima.

Um dos desafios no combate à distração nos peões prende-se com a extrema confiança que as pessoas têm na sua capacidade de fazer várias tarefas ao mesmo tempo.

De acordo com o estudo da AAOS (2015), quando questionados sobre o porquê de caminharem distraídos, 48% dos peões inquiridos disseram “não pensar sobre isso,” 28% sente “que podem andar e fazer outras coisas,” e 22% “estão ocupados e querem aproveitar o seu tempo ao máximo.”

Num estudo publicado no Journal Injury Prevention (2012) foram observados comportamentos de peões em 20 interseções de elevado risco em Seattle, que revelaram que:

De acordo com um estudo realizado pela DEKRA Accident Research em seis capitais europeias sobre a utilização do telemóvel por parte dos peões aquando do atravessamento da estrada, quase 17% dos cerca de 14 mil peões observados usavam o telemóvel em interseções com elevado tráfego, em paragens e estações de transportes públicos e em passadeiras localizadas perto do centro urbano em que o fluxo de trânsito é maior.

Em todas as cidades e grupos etários observados no estudo da DEKRA Accident Research, cerca de 8% dos peões foram vistos a escrever mensagens ao atravessar a rua. 2,6% fizeram chamadas e cerca de 1,4% fizeram as duas ao mesmo tempo. Cerca de 5% usavam auscultadores ou auriculares sem falar, estando provavelmente a ouvir música.

Como esperado, os peões mais jovens tendem a usar o seu smartphone com mais frequência do que os mais velhos, sendo o uso mais verificado na faixa etária dos 25 a 35 anos.

Há também diferenças específicas entre géneros:

  • Caminhe com atenção e observe o trânsito;
  • Esteja especialmente alerta perto de passadeiras ou outros locais de atravessamento da estrada. Tal como os condutores devem evitar usar o telemóvel enquanto conduzem, também os peões devem evitar usar o telemóvel enquanto atravessam a estrada;
  • Se tiver que falar ao telemóvel, faça-o enquanto estiver parado num local apropriado em que não perturbe o fluxo de peões ou de tráfego;
  • Esteja atento ao que o rodeia – não permita que a música o distraia dos sons do ambiente em que se desloca, evite usar auriculares/auscultadores enquanto atravessa a estrada;
  • Não assuma de imediato que os veículos irão parar para o deixar passar mesmo que tenha prioridade;
  • Enquanto anda, tenha em atenção os outros peões, atente ao mobiliário urbano e a outros obstáculos ao seu redor.