Os efeitos do álcool no organismo levam à diminuição de capacidades essenciais para conduzir em segurança. A descoordenação, o maior tempo de reação ou a diminuição de capacidades psico-sensoriais são algumas das consequências da condução sob o efeito de álcool. Esta perda de capacidades, aliada a alterações de comportamento que podem levar a estados de euforia e desinibição, fazem com que os condutores sob o efeito do álcool tenham um risco muito mais elevado de se envolveram em acidentes rodoviários.

Já os principais efeitos das substâncias psicoativas na condução de veículos incidem no menor foco e atenção, menor destreza motora, menor capacidade de reação e alterações na visão.

Um estudo recente norte americano mostrou que entre 2000 e 2018, não só a percentagem de mortes em veículos motorizados associadas à condução sob efeito de  cannabis mais do que duplicou, passando de 9 para cerca de 22% como revelou que a percentagem de mortes causadas pela condução sob efeito do álcool manteve-se inalterada durante esse período.

Já em Portugal e de acordo com a ANSR, no ano passado, registou-se um acréscimo no número de infrações e de detenções de condutores com excesso de álcool durante a condução.

Os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária são claros, as infrações rodoviárias referentes ao álcool aumentaram 1,65% em 2021 face a 2020 e o número de condutores detidos subiu 26%. “

A correlação de dados entre os riscos de uma condução sob influência de substâncias psicoativas e uma condução sob influência do álcool, embora escassa, aponta para uma menor probabilidade de acidente rodoviário mortal associada ao consumo de marijuana do que à ingestão de álcool.

Dados da polícia gaulesa, num estudo de 2017, com uma amostra de mais de quatro mil condutores, mostraram que condutores alcoolizados tinham uma probabilidade 17,8 vezes maior de se verem envolvidos em acidentes rodoviários fatais do que condutores sóbrios; já os condutores sob a influência de marijuana eram 1,65 vezes mais propensos a ser a causa de acidentes mortais.

De acordo com dados do projeto DRUID, o risco de morte ou ferimento grave é 1 a 30 vezes maior em condutores sob a influência de drogas, comparativamente a condutores que não consumiram qualquer substância. Este risco pode aumentar até 200 vezes no caso de consumo combinado de drogas com álcool.

Dados do mesmo projeto estimam que em Portugal, em 2008/2009, cerca de 1 em cada 10 condutores circulavam sob o efeito de substâncias que podem diminuir as capacidades para conduzir em segurança e levar a comportamentos de risco (drogas ilícitas, medicamentos e/ou álcool).