Acidentes rodoviários tiveram custo de mais de 6 mil milhões de euros em 2019.

De acordo com a ANSR :
“A nível mundial, os acidentes rodoviários causam todos os anos 1 milhão e 350 mil mortes evitáveis, cerca de 3.700 pessoas por dia, 1 pessoa a cada 24 segundos, para além de 50 milhões de pessoas que ficam feridas e permanentemente incapacitadas e que também poderiam ser evitáveis. Em Portugal, apesar dos progressos efetuados nos últimos 25 anos, o número de mortos e de feridos graves devido aos acidentes rodoviários continua a ser extremamente elevado. Em média, na última década, 650 pessoas perderam a vida por ano e mais de 2.000 ficaram gravemente feridas.”

Segundo o estudo da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) e do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG), embora o custo económico e social da sinistralidade rodoviária com vítimas em Portugal tenha caído para metade nos últimos 25 anos (o valor anual chegou a ultrapassar os 7% do PIB), o impacto contínua a ser tremendo ascendendo a 6.422,9 milhões de euros, cerca de 3,03% do PIB em 2019.

Estudo revela que os acidentes na estrada levaram a um encargo de mais de 1200 euros para cada contribuinte.

“Em 2019 a estimativa destes custos representa o equivalente às verbas inscritas no OE para a educação, ou quase 69% das despesas do Estado em saúde neste ano. Não podemos ignorar estes dados. Os custos económicos e sociais da sinistralidade rodoviária representaram um encargo de mais de 1200 euros para cada contribuinte. O que se tira deste estudo é que o investimento em segurança rodoviária tem que ser um desígnio nacional.”

Rui Ribeiro, Presidente da ANSR

Este estudo conclui ainda que os custos humanos são superiores entre as vítimas do sexo masculino (condutores, passageiros e peões), sendo o custo económico e social médio de uma vítima mortal de acidente rodoviário estimado em 3,06 milhões de euros por fatalidade.

Há a destacar, ainda, a estimativa do custo médio para a sociedade de um acidente por idade dos veículos intervenientes, por exemplo:

  • Os acidentes envolvendo veículos com pelo menos 20 anos de idade são aqueles cujo custo económico médio é mais elevado em termos unitários, com um valor de 170.078€ por acidente com vítimas.
  • Seguem-se os acidentes envolvendo veículos com idade entre 15 e 19 anos, com um custo de 158.549€ por acidente.
  • Os acidentes com veículos dos 10 aos 14 anos de idade apresentam um custo médio menor, com um valor estimado de 131.905€ por acidente.

No que se refere ao custo económico e social médio estimado de um acidente segundo o tipo de veículos envolvidos, são os acidentes com veículos agrícolas os que apresentam um valor mais significativo, situando-se em 466.998€ por acidente, seguindo-se os acidentes com automóveis pesados (261.906€), os acidentes com quadriciclos (239.513€), os acidentes com motociclos com cilindrada superior a 125cc (235.393€), sendo os acidentes que envolvem velocípedes com motor os que atingem o custo mais baixo (73.163€ por acidente).

O custo da sinistralidade para a sociedade portuguesa é mais elevado aos domingos e em agosto.

De acordo com a ANSR, em termos de custos económicos e sociais, o domingo é o dia da semana em que os acidentes têm um peso mais elevado. Por exemplo, sobre os feridos leves em termos económicos e sociais também é relevante, porque muitos ficam temporariamente impedidos de trabalhar e tudo isto tem um custo económico e social.

De salientar ainda que, Beja é o distrito onde os acidentes rodoviários com vítimas apresentam um custo económico e social mais elevado, com um valor estimado em 379.098 euros por cada acidente com vítimas.

Fica demonstrado com este estudo que o aumento dos valores afetos à segurança rodoviária não são um custo mas um investimento.