ESRA3_fatores de risco

ESRA3 revela que o excesso de velocidade, a distração e a fadiga continuam entre os principais riscos na condução em Portugal e no mundo

O estudo ESRA3 – E-Survey of Road Users’ Attitudes, que recolheu dados de 37 mil utentes da estrada em 39 países, mostra que os comportamentos de risco continuam a ser um dos maiores desafios para a segurança rodoviária. Apesar de a maioria dos inquiridos considerar inaceitável conduzir sob o efeito do álcool, ultrapassar os limites de velocidade ou usar o telemóvel ao volante, muitos admitem fazê-lo.

A velocidade continua a ser o principal risco

A velocidade excessiva em meio urbano foi o comportamento de risco mais frequente entre condutores, de acordo com os dados recolhidos pelo ESRA3:

  • Na Europa, 47% dos condutores admitiram conduzir acima do limite;
  • Em Portugal, esse valor sobe para 65%, um dos mais altos entre os países europeus;
  • Na Finlândia e na Chéquia, as taxas ultrapassam os 65%, enquanto no Reino Unido não chegam a 6%, o valor mais baixo do continente.

A velocidade permanece um fator determinante em cerca de 30% dos acidentes mortais na Europa, segundo a Comissão Europeia, o que reforça a necessidade de maior fiscalização e sensibilização.

Distração: o telemóvel como risco invisível

O uso do telemóvel é outro comportamento amplamente reportado:

  • Entre 22% e 32% dos condutores afirmam falar ao telemóvel ou ler mensagens enquanto conduzem;
  • Na América Latina, os valores são mais elevados (até 45% no Panamá);
  • Na Europa, Portugal volta a destacar-se: 35% dos condutores admitem ler mensagens ou consultar redes sociais ao volante.

Com os dados apresentados pelo ESRA3, apenas 4% dos inquiridos consideram aceitável este comportamento; a elevada prevalência mostra um fosso entre o que se pensa e o que se faz.

Condução sob o efeito do álcool

A condução sob o efeito do álcool apresenta valores médios entre 10% e 14% entre condutores de automóveis.

  • Na Europa, 11,6% dos condutores admitem conduzir após consumir álcool;
  • Em Portugal, o valor é semelhante (12,7%);
  • Os países com menor incidência são Finlândia (6%) e Polónia (4%).

Apesar de uma aceitação social inferior a 3%, o problema persiste e continua a estar presente em cerca de um quarto das mortes rodoviárias na UE.

Fadiga: um risco silencioso

Cerca de um em cada cinco condutores admite conduzir com sono ou fadiga.

  • Este valor é estável nas várias regiões do mundo e em Portugal atinge 18,8%;
  • O fenómeno é especialmente preocupante porque muitos condutores subestimam os sinais de sonolência, acreditando que conseguem manter o controlo.

A fadiga está associada a uma redução acentuada dos tempos de reação e pode ser tão perigosa como conduzir sob o efeito do álcool.

Utentes Vulneráveis também em risco

O estudo analisou ainda os comportamentos de peões, ciclistas e motociclistas:

  • Mais de 60% dos peões europeus admite usar o telemóvel enquanto atravessa a rua;
  • Entre os ciclistas, 60% na Europa diz circular sem capacete;
  • Nos motociclistas asiáticos, 38% admite não usar capacete, valor muito superior ao europeu (25%).

Portugal participa na iniciativa ESRA desde 2015, representado pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, parceira científica do consórcio internacional.
Os dados nacionais são fundamentais para orientar políticas públicas e campanhas de sensibilização, integrando-se nas metas europeias da Visão Zero 2050 e do Plano Global da ONU para a Década de Ação pela Segurança Rodoviária.

O papel de Portugal e da PRP

Portugal participa na iniciativa ESRA desde 2015, representado pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, parceira científica do consórcio internacional.
Os dados nacionais são fundamentais para orientar políticas públicas e campanhas de sensibilização, integrando-se nas metas europeias da Visão Zero 2050 e do Plano Global da ONU para a Década de Ação pela Segurança Rodoviária.

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