Sob o mote #MakeASafetyStatement, uma nova campanha global de segurança rodoviária tem como objetivo reduzir para metade o número de vítimas de acidentes rodoviários até 2030. Com o apoio de celebridades internacionais e parcerias estratégicas, a iniciativa procura colocar a segurança rodoviária no topo das agendas políticas em todo o mundo.

A Urgência da Segurança Rodoviária

Jean Todt, enviado especial da ONU para a segurança rodoviária, destacou a importância crítica da campanha ao afirmar que a segurança nas estradas “não está suficientemente em destaque na agenda política da maioria dos países”. Embora as soluções para prevenir acidentes sejam amplamente conhecidas, a ação política necessária ainda não está a acompanhar a gravidade do problema.

A cada ano, 1,2 milhões de pessoas perdem a vida nas estradas e outras 40 a 50 milhões sofrem ferimentos graves. Estes números impressionantes sublinham a urgência de uma resposta global coordenada, especialmente nos países de baixos e médios rendimentos, onde a maioria das mortes ocorrem.

Celebridades Unem-se à Causa

Para amplificar a mensagem da campanha, 14 celebridades internacionais juntaram-se à iniciativa, incluindo o piloto de Formula 1, Charles Leclerc, a atriz vencedora de um Óscar Michelle Yeoh e a supermodelo Naomi Campbell. Cada celebridade partilha uma mensagem simples mas poderosa, como “Uso cinto de segurança, “Conduzo devagar” ou “Não conduzo sob o efeito de álcool”, promovendo comportamentos seguros ao volante.

Com o apoio de empresas como a JCDecaux e a Saatchi & Saatchi, a campanha será amplamente divulgada através de outdoors, redes sociais e outras plataformas, atingindo cerca de 1.000 cidades em mais de 80 países até 2025.

O Custo Humano e Económico dos Acidentes Rodoviários

Em conferência de imprensa na sede da ONU em Nova Iorque, Jean Todt referiu-se aos acidentes rodoviários como a “pandemia silenciosa”. De facto, para indivíduos entre os 5 e os 29 anos, os acidentes rodoviários são a principal causa de morte.

Além do impacto devastador nas famílias das vítimas, Todt sublinhou o elevado custo económico que os acidentes impõem aos países. Chamou a atenção para os “remédios” para o problema, que incluem uma combinação de educação, comunicação, aplicação da lei e melhorias na qualidade das estradas e dos veículos.

Medidas Simples Podem Salvar Vidas

Como ex-co-piloto de ralis, Jean Todt sublinhou a importância de medidas simples e eficazes que podem salvar vidas. O uso do cinto de segurança, tanto nos bancos da frente como nos traseiros, e o uso de capacetes são exemplos de práticas que podem reduzir drasticamente a gravidade dos acidentes.

Além disso, é essencial que condutores e motociclistas evitem o uso de drogas, álcool ou telemóveis enquanto estão conduzem e respeitem os limites de velocidade. Pequenos ajustes nos comportamentos podem ter um impacto significativo na segurança de todos os utentes da estrada.

A Resolução da ONU para Melhorar a Segurança Rodoviária

A campanha #MakeASafetyStatement surge após a recente adoção de uma resolução pela Assembleia Geral da ONU que apela a um esforço global para reduzir as mortes e lesões nas estradas. A resolução insta os Estados-membros a tornar a segurança rodoviária uma “prioridade política”, adotando legislação abrangente sobre fatores de risco chave, como o uso de cintos de segurança, sistemas de retenção infantil e capacetes, além de medidas contra o consumo de álcool e a condução em excesso de velocidade.

Os Estados-membros são também incentivados a criar mecanismos de coordenação ministerial, reunindo os ministérios da saúde, transporte, educação, infraestrutura, interior e ambiente para abordar as questões transversais que afetam a segurança rodoviária.

Conclusão: Um Chamado à Ação Global

A campanha #MakeASafetyStatement visa reverter a tendência alarmante de mortes nas estradas ao mobilizar a vontade política necessária para implementar as mudanças necessárias. Com o apoio de figuras públicas, empresas e organizações internacionais, esta iniciativa procura não só aumentar a conscientização, mas também gerar um impacto real que poderá salvar milhões de vidas até 2030.